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Ação com tropas federais teve mais anúncios do que resultados no Rio

Mais em nosso Blog | 1 dez, 2017

Por Usabit Desenvolvedores

do Jornal Nacional

Desde o início do ano, foram muitas as promessas das autoridades federais e do estado do Rio de trabalharem juntas no combate à violência.

A violência extrema nos últimos dias na Rocinha não chegou sem aviso. O Rio assiste há meses cenas como as de maio, quando traficantes incendiaram nove ônibus e dois caminhões em vias de acesso importantes de cidade. Na época, as autoridades foram rápidas no anúncio de medidas.

“Se possa trabalhar, engenhar, formatar a conduta que o governo federal exteriorizará”, disse o então ministro da Justiça, Osmar Serraglio.

“Se me oferecerem ajuda das Forças Armadas, da Força Nacional, eu vou aceitar porque vai ter demanda para isso”, afirmou o secretário de Segurança, Roberto Sá.

O reforço veio: 300 homens da Força Nacional, menos de 1% do efetivo da Polícia Militar no estado.

Os problemas de violência continuaram no Rio em crise, um estado falido, sem dinheiro nem para consertar viaturas quebradas.

As declarações agora são de junho, depois de uma reunião do governador Luiz Fernando Pezão com o presidente Michel Temer.

“Não há notícias bombásticas, pirotécnicas, não é isso o que estamos buscando. Nós estamos trabalhando na aplicação de um plano nacional de segurança pública”, afirmou Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional do Brasil.

Nesse dia, o governador Pezão anunciou como novidade um reforço da Força Nacional que já estava previsto: “Estão indo. Nós vamos chegar a 380”.

Repórter: Mas isso já tinha sido anunciado, governador…
Pezão: Não, eu não sabia.

Agora estamos no fim de julho.  “A primeira conclusão que se teve é que já diminuiu nesses dois, três dias enormemente o índice de criminalidade, especialmente no tópico do roubo de cargas”, disse Temer.

O presidente comemorava os resultados, segundo ele, da nova operação conjunta entre Forças Armadas e a segurança pública no Rio.

Dez mil homens nas ruas. Um decreto de Garantia da Lei e da Ordem assinado por Michel Temer, e que está em vigor até o fim de 2017, autoriza os militares a auxiliarem a polícia em ações planejadas.

Foram quatro grandes operações, mas nenhum chefe do tráfico chegou a ser preso e poucas armas foram apreendidas.

“Nós não vamos desistir de enfrentar a criminalidade no Rio e aonde for necessário”, afirmou o ministro da Defesa, Raul Jungmann, no dia 18 de setembro.

Há dois dias, já com a Rocinha em guerra, o governador Pezão disse que a ajuda das tropas federais não seria necessária. No mesmo dia, a Secretaria de Segurança Pública pediu, numa rede social, que as Forças Armadas fizessem o patrulhamento em 103 pontos na Região Metropolitana do Rio.

O ministro da Defesa disse inicialmente que iria negar o pedido, mas, na quinta-feira (21), Raul Jungmann afirmou que esperaria o pedido oficial do governador para decidir.

“Ele está concluindo este trabalho, e assim que nós recebermos, vamos analisar com toda boa vontade”, disse o ministro.

Falta de comunicação, desconforto entre governos federal e estadual, estratégias que não deram certo. Nesta sexta-feira (22), esse desencontro entre as autoridades foi atropelado pela gravidade da situação na Rocinha e também em outras áreas da Região Metropolitana do Rio, que vivem a rotina de violência imposta pelo tráfico de drogas.

“Nós vamos auxiliar no cerco da região, no controle do trânsito, no controle do espaço aéreo a fim de liberar os contingentes da polícia para ações mais especificas de polícia”, explicou Mauro Sinott, chefe da Primeira Divisão do Exército.

Nesta sexta, ao anunciar a presença das Forças Armadas na Rocinha, as autoridades disseram mais uma vez que estão afinadas.

“Em primeiro lugar, não há rixa no nosso nível e não houve equívoco de avaliação nem recusa de apoio. Todo o apoio que está sendo colocado à disposição está sendo avaliado e solicitado em comum acordo”, disse o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá.

“Nós estamos trabalhando harmonicamente e vamos continuar atendendo às demandas que sejam feitas pela segurança do Rio de Janeiro”, afirmou Raul Jungmann.